GANCHO
Não sei contar os dias, quando nasci não
tive oportunidade de conhecer meus pais, portanto não sou muito inteligente.
Pelo que ouço e vejo aprendi tudo que sei
até hoje, sei ler e escrever, mas meu talento é segurar um extintor de
incêndio. Sim, sim... pode parecer chato, mas com eles eu não me sinto sozinho.
Há um tempo atrás, uma das crianças que
passam por aqui derrubou um amigo meu de muito tempo, seu nome era Theo. Vivia
comigo fazia 7 anos, nós éramos bem próximos, sempre juntos, conversávamos bastante
sobre o espaço onde vivemos, sobre as pessoas que vivem aqui, que são bem
assustadoras para falar a verdade.
Theo viajou bastante, ele disse que foi até
o último andar do prédio, disse até que me levaria lá qualquer dia. Uma pena
que caiu, não sei se morreu, sei que se machucou bastante. Antes de o retirarem
dali me disse que voltaria.
Passaram-se 8 meses após o acontecimento,
não tive notícias, pelo que vejo humanos não se importam com objetos inúteis como
nós. Estou sozinho, ouvindo segredos inúteis de pessoas inúteis e vendo coisas horríveis.
Não sei onde estou, não faço ideia, me
trouxeram para cá em um caminhão, junto de muitos iguais a mim, todos foram
para lugares diferentes, ou para pisos superiores ao meu, fiquei aqui, sozinho,
agora nem mesmo com um extintor para conversar.
Sou um gancho, seguro extintores de
incêndio, sou branco, bem desgastado por carregar vários amigos, todos
morreram, foram usados, derrubados ou caíram por conta própria, aparentemente
estou sozinho, esperando por um amigo, aceito qualquer um, nem que seja um
humano, de verdade... QUALQUER UM.
GANCHO
Não sei contar os dias, quando nasci não
tive oportunidade de conhecer meus pais, portanto não sou muito inteligente.
Pelo que ouço e vejo aprendi tudo que sei
até hoje, sei ler e escrever, mas meu talento é segurar um extintor de
incêndio. Sim, sim... pode parecer chato, mas com eles eu não me sinto sozinho.
Há um tempo atrás, uma das crianças que
passam por aqui derrubou um amigo meu de muito tempo, seu nome era Theo. Vivia
comigo fazia 7 anos, nós éramos bem próximos, sempre juntos, conversávamos bastante
sobre o espaço onde vivemos, sobre as pessoas que vivem aqui, que são bem
assustadoras para falar a verdade.
Theo viajou bastante, ele disse que foi até
o último andar do prédio, disse até que me levaria lá qualquer dia. Uma pena
que caiu, não sei se morreu, sei que se machucou bastante. Antes de o retirarem
dali me disse que voltaria.
Passaram-se 8 meses após o acontecimento,
não tive notícias, pelo que vejo humanos não se importam com objetos inúteis como
nós. Estou sozinho, ouvindo segredos inúteis de pessoas inúteis e vendo coisas horríveis.
Não sei onde estou, não faço ideia, me
trouxeram para cá em um caminhão, junto de muitos iguais a mim, todos foram
para lugares diferentes, ou para pisos superiores ao meu, fiquei aqui, sozinho,
agora nem mesmo com um extintor para conversar.
Sou um gancho, seguro extintores de
incêndio, sou branco, bem desgastado por carregar vários amigos, todos
morreram, foram usados, derrubados ou caíram por conta própria, aparentemente
estou sozinho, esperando por um amigo, aceito qualquer um, nem que seja um
humano, de verdade... QUALQUER UM.